Nem todo Empresário é Empreendedor. Nem todo Empreendedor é Empresário. Ser Empresário pressupõe ser dono da Empresa. Mas ser Empreendedor depende de um conjunto de atitudes, que você pode desenvolver, sendo ou não o dono da empresa. São os chamados “Intraempreendedores”.
Estes profissionais têm um lema: “é melhor pedir perdão do que permissão”. Sabem que toda organização tem imunidade à mudança, um verdadeiro sistema imunológico, que barra mudanças. O único jeito é avançar, quebrar o status quo, questionar algumas regras. As empresas podem até se declarar inovadoras, mas a verdade é que todas, em alguma medida, criarão resistência ao novo. Os intraempreendedores sabem disso e, portanto, buscam alianças com outras pessoas que possam apoiar e patrocinar suas ideias e projetos.
Não perguntam se vai funcionar, mas sim como fazer funcionar. Buscam iniciativas alinhadas aos seus Valores e soluções que têm para eles alto Propósito. Gostam de aprender fazendo, fazer aprendendo, com uma mentalidade sempre em “beta”.
Em resumo, listo abaixo 15 comportamentos que caracterizam os intraempreendedores:
- Comprometimento com projetos que têm para eles um significado pessoal poderoso.
- Procuram transmitir o grande significado do projeto para todos os demais, evangelizá-los, evitando que pareça apenas um desafio pessoal. Esforçam-se para contagiar os demais.
- Disposição para o desafio de transformar um conceito e uma ideia num negócio e numa realidade. Não ficam elucubrando um mundo novo dentro de um laboratório. Sua ação é para concretizar, botar para fazer, realizar.
- Cruzam as fronteiras da organização (pois querem interagir com as pessoas mais talentosas, não importando em que áreas trabalham) e assumem a responsabilidade por todos os aspectos do projeto.
- Preferem símbolos de liberdade ao invés de símbolos de status (são mais iniciadores do que gestores). Adoram pular de um projeto para outro.
- São menos motivados pelo poder do que os executivos (são mais motivados por realização). Não vamos motivá-los oferecendo belas salas e cargos pomposos. Eles querem estar livres para empreender em seus trabalhos e contar com o apoio da organização para testar e experimentar coisas novas e inovadoras.
- Gostam de dinheiro, mas seus ganhos são uma medição das suas conquistas, e não as conquistas em si.
- São “gerentes gerais autonomeados” de um projeto que ainda não existe. Por vezes, delegam para si mesmos aquele desafio, sobretudo pela alta conexão com seus Valores e com seu Propósito pessoal.
- Dedicação obstinada à sua ideia com alto nível de exigência consigo e com os demais.
- Impaciência, inquietude e uma certa falta de respeito pela tradição. Frases do tipo “isso nunca foi feito aqui antes” ou “sempre fizemos assim” não inibem sua ação.
- Enfrentam o fracasso não como desastre, mas como uma experiência de aprendizado e um “atraso temporário no cronograma”.
- Desejam liberdade e acesso aos recursos da empresa para financiar suas ideias e iniciativas.
- Esforçam-se para fazer com que os demais concordem com sua visão.
- Trabalham de forma clandestina o máximo que puderem – sabem que a publicidade aciona o mecanismo de imunidade da corporação. Sabem que se dependerem das autorizações e permissões formais, a inovação morrerá. Avançam até que a ideia surja como um fato consumado.
- Honram seus patrocinadores, que procuram em todos os níveis da organização: superiores, pares, liderados e demais stakeholders-chave, internos ou externos.
Difícil encontrar alguém que reúna todas estas 15 características. Mas certamente há pessoas com algumas delas. Não é possível liderar uma empresa somente com pessoas com este perfil, mas será inimaginável ampliar a força competitiva e a viabilizar oceanos azuis sem profissionais com estas atitudes.
LEMBRE-SE: CONSCIÊNCIA TRANSFORMA A REALIDADE.
ROGÉRIO CHÉR, é sócio da Empreender Vida e Carreira, autor do best-seller Empreendedorismo na Veia – um aprendizado constante e do livro Engajamento – melhores práticas de Liderança, Cultura Organizacional e Felicidade no Trabalho.
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