O que é ser Líder para você? Qual sua definição preferida?
Aqueles dos quais lembramos como ótimas referências de Líderes são, acima de tudo, seres humanos, e não qualquer versão de Super Homem ou Mulher Maravilha.
Há tempos cheguei a uma conclusão ao mesmo tempo simples e consistente sobre um importante papel da Liderança: cabe a ela remover os obstáculos e permitir que seu Time trabalhe. Parece pouco, não é?
Testemunho entre meus Coachees – e entre as empresas que são nossas clientes na Consultoria – algumas queixas comuns, entre as quais:
- Nosso Gestor nos chama para reuniões improdutivas, basicamente por um motivo: faltou alinhamento entre ele, seus pares e superiores.
- Nosso Gestor não se posiciona: não sabemos se ele é a favor, se é contra ou se não tem ainda uma posição definida. Simplesmente não sabemos o que ele pensa e sente a respeito.
- Nosso Gestor faz microgerenciamento: passamos uma parte preciosa do tempo descrevendo os detalhes do que fizemos e do que faremos.
- Nosso Gestor não nos dá autonomia e liberdade para falar e fazer.
- Nosso Gestor não delega.
Saber delegar!!
Há uma pesquisa interessante conduzida pela Staton Chase com Gestores na América Latina sobre o que mais irrita as pessoas em relação aos seus chefes. Veja abaixo o resultado:
- Nunca fica satisfeito com o trabalho da equipe: 45%.
- Não sabe delegar tarefas: 41%.
- Preocupa-se somente com sua própria carreira: 41%.
- Toma para si o mérito de ideias e inovações da equipe: 40%.
- Nunca é gentil: 35%.
- Nunca elogia: 34%.
Cada um de nós é capaz de dar nomes e rostos a comportamentos desta natureza. Chefes com quem já trabalhamos em algum momento infeliz. Profissionais com este perfil não comporão o seleto grupo de Líderes que engajam e inspiram suas equipes. Note como não saber delegar merece negativo destaque nesta lista.
Neste sentido, cabe aqui uma importante pergunta:
Quais atitudes facilitam o processo de delegação?
▪ Apresentar atitudes que demonstram confiança na equipe: há um provérbio que afirma que quando demonstramos ostensivamente confiança em alguém, esta pessoa se torna cada vez mais confiável. O contrário é verdadeiro: as pessoas se tornam indignas de confiança quando demonstramos expressamente não confiar nelas. Delegar dependerá, portanto, deste exercício diário de demonstrar confiança em nossos Liderados.
▪ Deixar claro o que é esperado e qual é o prazo de entrega da tarefa que está sendo delegada: é inacreditável como este erro é comum. As pessoas, com enorme frequência, reclamam da qualidade de comunicação por parte de seus Líderes. Não me refiro à sua eloquência retórica, mas sim à clareza de seus direcionamentos. Quando o parâmetro desejado para certa tarefa não está claro, não pode haver delegação eficiente.
▪ Não impor o ‘COMO fazer – mais importante é a tarefa solicitada: quando o gestor diz o que é preciso fazer e decide como será feito, a delegação estará inviabilizada. Dar espaço para que os liderados vislumbrem os melhores meios para concretizar a tarefa será chave para uma delegação efetiva.
▪ Orientar e acompanhar, oferecendo apoio e direcionamento no meio do caminho: dado o desafio, o Líder precisa sinalizar proximidade e disponibilidade para prover feedback constante, corrigir rumos e sinalizar aspectos que merecem maior atenção.
▪ Não fazer pelo colaborador, buscar ensinar e acompanhar: é comum que o Líder, dado seu conhecimento técnico sobre o tema, adote uma atitude de microgerenciamento, tirando do liderado a oportunidade de aprender fazendo, fazer aprendendo. A melhor postura para o Líder que deseja empoderar seu time em alta performance será oferecer um razoável espaço de autonomia para que sua equipe cresça e se desenvolva mais aceleradamente.
Para promover autonomia, não basta apenas transferir verbalmente as tarefas às pessoas: é igualmente necessário que o Líder identifique o profissional com as características adequadas para a tarefa, e a partir daí crie condições para que ela se desenvolva e realize o trabalho com responsabilidade e autoridade.
Como diz Ram Charan: “O exercício de delegar representa um enorme desafio aos gestores. Uma coisa é saber o que precisa ser feito e quem deverá fazer; outra bem diferente – e psicologicamente muito mais difícil – é abrir mão do trabalho para o qual você foi treinado e que o ajudou em seu sucesso.”
LEMBRE-SE: CONSCIÊNCIA TRANSFORMA A REALIDADE.
ROGÉRIO CHÉR, é sócio da Empreender Vida e Carreira, autor do best-seller Empreendedorismo na Veia – um aprendizado constante e do livro Engajamento – melhores práticas de Liderança, Cultura Organizacional e Felicidade no Trabalho.
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